IMPULSIONANDO A COMPETITIVIDADE DE EMPREENDIMENTOS FEMININOS NO SETOR DE COSMÉTICOS: O PAPEL ESTRATÉGICO DA INOVAÇÃO
Resumo
No primeiro trimestre de 2020, após a Organização Mundial da Saúde declarar a pandemia do Coronavírus, surgiu um contexto em que os indivíduos tiveram de desenvolver rapidamente habilidades como autogestão, resiliência e as aptidões digitais, ao mesmo tempo em que o mercado mundial mudou drasticamente sua dinâmica em decorrência da situação vivenciada (Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde [UNA-SUS], 2020).
O poder de compra foi um dos inúmeros índices afetados durante essa trajetória, houve um decréscimo de 6,6% ao se comparar o trimestre móvel entre abril e junho de 2021 em relação ao mesmo período em 2020 nos rendimentos médios (Fundação Getúlio Vargas [FGV], 2021).
Com a redução significativa do poder aquisitivo os consumidores se tornaram mais seletivos no momento da compra, gerando uma concorrência mais acirrada entre as empresas de diversos ramos e o fechamento daqueles que não se adequaram às novas demandas do mercado. Segundo O Ministério da Economia (2021), o setor alimentício foi um dos mais afetados durante esse período, em contrapartida, tem-se o mercado da beleza e o de compras virtuais que, mesmo com as dificuldades apresentadas, conseguiu se expandir e se adequar às novas necessidades dos consumidores (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas [SEBRAE], 2021).
Com o desemprego gerado pelo fechamento de diversas empresas houve uma mudança no cenário do empreendedorismo no Brasil, que cresceu de forma inesperada por conta da insuficiência de renda do trabalhador (Oliveira & Businari, 2021).
Em grande parte, essa iniciativa de ter o seu próprio negócio cresceu no setor de cosméticos, com destaque para o aumento do empreendedorismo feminino neste mercado. De acordo com a Cable News Network (Cable News Network [CNN], 2022) em 2020, a porcentagem de mulheres empreendedoras no Brasil teve um aumento de 41,0%. No terceiro trimestre de 2022, mulheres brasileiras donas de negócios alcançaram a marca de 10,3 milhões de registros, segundo dados coletados pelo Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2022) em um estudo realizado pelo SEBRAE (2023). Além disso, no mesmo ano o setor de cosméticos e cuidados pessoais foi responsável por 52,0% do número total de vendas diretas no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD) (2022), destacando a grande importância desse segmento de mercado para o país.
Em 2020 o Brasil foi classificado como o quarto maior mercado de produtos de beleza e cuidados pessoais do mundo, atrás dos Estados Unidos, China e Japão, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) (2020). Dados recentes levantados também pela mesma associação, relataram o crescimento na corrente de comércio consolidado em 8,5% entre janeiro e setembro de 2022. Atualmente, segundo o SEBRAE (2023), 4,0% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é decorrente do setor de beleza e cosméticos.
Com a expansão do mercado de cosmético e as inovações introduzidas no setor, houve uma grande mudança no perfil dos consumidores de produtos self-care e de suas preferências, de tal forma que homens, mulheres gestantes, pessoas de pele negra, idosos, crianças, pessoas com doenças de pele, dentre outros, passaram a ter maior interesse por parte dessa indústria, segundo o Worth Global Style Network (WGSN) (2023).
Um estudo realizado pelo Sistema de Inteligência Setorial (SIS) (2019), com o principal objetivo de avaliar as novas tendências e as exigências dos consumidores, apurou que estes estão cada vez mais criteriosos e cuidadosos com os produtos que compram e tendem a escolher produtos mais sustentáveis e éticos. Existe uma procura crescente por cosméticos orgânicos, naturais, veganos e cruelty-free.
As inovações tecnológicas possuem fundamental importância na evolução e crescimento do setor de cosméticos no Brasil. No ambiente digital, diversas marcar aderiram à utilização de “espelhos e provadores virtuais”, os quais permitem ao consumidor visualizar como determinado cosmético irá ficar em sua pele. Empresas brasileiras que utilizam essa inovação, de acordo com a ABIHPEC (2020), são as grandes marcas Natura e Boticário.
Tanto os novos empreendedores no ramo da beleza quanto as marcas que já estavam estabelecidas no mercado, tiveram de se adequar com inovações que atendessem a nova realidade apresentada. A migração integral para o mundo digital foi a maior delas, já que naquele momento os consumidores estavam em suas casas, só poderiam consumir produtos e serviços, além de ter contato com marcas, por meio eletrônico (SEBRAE, 2020).
Com base no anteriormente exposto, e de forma a entender os movimentos mercadológicos do empreendedorismo feminino no setor de cosméticos no Brasil, no período pós pandemia de Covid-19, surge o seguinte problema de pesquisa: Como as inovações podem contribuir para o ganho de competitividade nos empreendimentos femininos no setor de cosméticos?
De forma a poder responder a essa pergunta, foi estabelecido como objetivo geral deste estudo identificar como as inovações podem contribuir para o ganho de competitividade nos empreendimentos femininos no setor de cosméticos. Foram estabelecidos como objetivos específicos identificar as principais inovações no setor de cosméticos que surgiram após a pandemia de Covid-19; analisar o impacto das inovações no desempenho e competitividade dos empreendimentos femininos no setor estudado; investigar os fatores que influenciam a adoção de inovações por empreendedoras femininas no setor de cosméticos; compreender como as empreendedoras femininas do setor de cosméticos percebem e utilizam as inovações em seus negócios.
O poder de compra foi um dos inúmeros índices afetados durante essa trajetória, houve um decréscimo de 6,6% ao se comparar o trimestre móvel entre abril e junho de 2021 em relação ao mesmo período em 2020 nos rendimentos médios (Fundação Getúlio Vargas [FGV], 2021).
Com a redução significativa do poder aquisitivo os consumidores se tornaram mais seletivos no momento da compra, gerando uma concorrência mais acirrada entre as empresas de diversos ramos e o fechamento daqueles que não se adequaram às novas demandas do mercado. Segundo O Ministério da Economia (2021), o setor alimentício foi um dos mais afetados durante esse período, em contrapartida, tem-se o mercado da beleza e o de compras virtuais que, mesmo com as dificuldades apresentadas, conseguiu se expandir e se adequar às novas necessidades dos consumidores (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas [SEBRAE], 2021).
Com o desemprego gerado pelo fechamento de diversas empresas houve uma mudança no cenário do empreendedorismo no Brasil, que cresceu de forma inesperada por conta da insuficiência de renda do trabalhador (Oliveira & Businari, 2021).
Em grande parte, essa iniciativa de ter o seu próprio negócio cresceu no setor de cosméticos, com destaque para o aumento do empreendedorismo feminino neste mercado. De acordo com a Cable News Network (Cable News Network [CNN], 2022) em 2020, a porcentagem de mulheres empreendedoras no Brasil teve um aumento de 41,0%. No terceiro trimestre de 2022, mulheres brasileiras donas de negócios alcançaram a marca de 10,3 milhões de registros, segundo dados coletados pelo Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2022) em um estudo realizado pelo SEBRAE (2023). Além disso, no mesmo ano o setor de cosméticos e cuidados pessoais foi responsável por 52,0% do número total de vendas diretas no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD) (2022), destacando a grande importância desse segmento de mercado para o país.
Em 2020 o Brasil foi classificado como o quarto maior mercado de produtos de beleza e cuidados pessoais do mundo, atrás dos Estados Unidos, China e Japão, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) (2020). Dados recentes levantados também pela mesma associação, relataram o crescimento na corrente de comércio consolidado em 8,5% entre janeiro e setembro de 2022. Atualmente, segundo o SEBRAE (2023), 4,0% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é decorrente do setor de beleza e cosméticos.
Com a expansão do mercado de cosmético e as inovações introduzidas no setor, houve uma grande mudança no perfil dos consumidores de produtos self-care e de suas preferências, de tal forma que homens, mulheres gestantes, pessoas de pele negra, idosos, crianças, pessoas com doenças de pele, dentre outros, passaram a ter maior interesse por parte dessa indústria, segundo o Worth Global Style Network (WGSN) (2023).
Um estudo realizado pelo Sistema de Inteligência Setorial (SIS) (2019), com o principal objetivo de avaliar as novas tendências e as exigências dos consumidores, apurou que estes estão cada vez mais criteriosos e cuidadosos com os produtos que compram e tendem a escolher produtos mais sustentáveis e éticos. Existe uma procura crescente por cosméticos orgânicos, naturais, veganos e cruelty-free.
As inovações tecnológicas possuem fundamental importância na evolução e crescimento do setor de cosméticos no Brasil. No ambiente digital, diversas marcar aderiram à utilização de “espelhos e provadores virtuais”, os quais permitem ao consumidor visualizar como determinado cosmético irá ficar em sua pele. Empresas brasileiras que utilizam essa inovação, de acordo com a ABIHPEC (2020), são as grandes marcas Natura e Boticário.
Tanto os novos empreendedores no ramo da beleza quanto as marcas que já estavam estabelecidas no mercado, tiveram de se adequar com inovações que atendessem a nova realidade apresentada. A migração integral para o mundo digital foi a maior delas, já que naquele momento os consumidores estavam em suas casas, só poderiam consumir produtos e serviços, além de ter contato com marcas, por meio eletrônico (SEBRAE, 2020).
Com base no anteriormente exposto, e de forma a entender os movimentos mercadológicos do empreendedorismo feminino no setor de cosméticos no Brasil, no período pós pandemia de Covid-19, surge o seguinte problema de pesquisa: Como as inovações podem contribuir para o ganho de competitividade nos empreendimentos femininos no setor de cosméticos?
De forma a poder responder a essa pergunta, foi estabelecido como objetivo geral deste estudo identificar como as inovações podem contribuir para o ganho de competitividade nos empreendimentos femininos no setor de cosméticos. Foram estabelecidos como objetivos específicos identificar as principais inovações no setor de cosméticos que surgiram após a pandemia de Covid-19; analisar o impacto das inovações no desempenho e competitividade dos empreendimentos femininos no setor estudado; investigar os fatores que influenciam a adoção de inovações por empreendedoras femininas no setor de cosméticos; compreender como as empreendedoras femininas do setor de cosméticos percebem e utilizam as inovações em seus negócios.
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PDFJovens Pesquisadores - ISSN 1806-8634